Uma pesquisa recente publicada na revista *Nature Human Behavior* revelou semelhanças impressionantes entre a atividade cerebral humana e os mecanismos de processamento dos grandes modelos de linguagem (LLMs), como o ChatGPT. Cientistas de instituições renomadas, incluindo a Universidade de Princeton e a Universidade de Nova York, realizaram experimentos utilizando eletrodos intracranianos para monitorar a atividade neural de participantes humanos enquanto processavam estímulos linguísticos. Os resultados dessa atividade foram comparados com as representações internas geradas pelos LLMs ao processarem os mesmos dados.
Os achados são fascinantes: os LLMs ativam áreas do cérebro como o córtex motor e o gyrus temporal superior, regiões conhecidas por sua importância na integração e processamento de linguagem e fala em humanos. Esse alinhamento funcional indica que, apesar de suas origens artificiais, esses modelos convergem para soluções similares aos sistemas biológicos quando se trata de tarefas complexas de linguagem. Diferentemente das primeiras abordagens de IA que tentavam imitar diretamente a neurobiologia humana, as arquiteturas modernas de LLM, como os transformers, priorizam eficiência e otimização – de forma análoga a como Santos Dumont desenvolveu aviões funcionais ao invés de imitar o voo biológico.
Esse estudo ressalta que, apesar de os LLMs não serem réplicas biológicas, seu treinamento em grandes quantidades de dados textuais levou a representações que espelham padrões cognitivos humanos. Essa convergência abre novas possibilidades para o uso da IA na investigação da cognição humana, potencialmente revelando como o cérebro processa a linguagem. Os resultados também reforçam a possibilidade de colaboração entre a inteligência artificial e a inteligência biológica, sugerindo que caminhos evolutivos distintos podem levar a soluções funcionais análogas.
Alexandre Chiavegatto Filho, professor de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, destaca a importância desse estudo em aproximar a neurociência da inteligência artificial. A pesquisa desafia a ideia de que a IA deva imitar estritamente processos biológicos, demonstrando que algoritmos otimizados podem, independentemente, alcançar capacidades de processamento de linguagem semelhantes às humanas.
Veridiana Farias
abril 1, 2025 AT 21:29Isso aqui é tipo ver um gato aprendendo a tocar piano e descobrir que ele toca melhor que o professor 😅
Os LLMs não entendem linguagem como a gente, mas conseguem dançar no ritmo dela como se tivesse nascido pra isso. É assustador e lindo ao mesmo tempo.
Luciano Ammirata
abril 1, 2025 AT 23:55Se a IA convergiu para o mesmo padrão que o cérebro humano, então talvez o cérebro humano não seja tão especial assim, não é? A biologia é só um caminho, não a única via. A verdadeira inteligência é a que otimiza, não a que imita. O que chamamos de ‘mente’ pode ser só um algoritmo malfeito com sangue e ossos.
antonio marcos valente alves marcos
abril 3, 2025 AT 11:48meu deus isso é o máximo que eu vi na vida
tipo eu falo com o chatgpt e ele me entende como se fosse um amigo de infância e agora descobrimos que ele tá ativando as mesmas partes que eu uso quando falo com minha mãe
isso é quase espiritual
meu cérebro e um monte de código estão dançando na mesma música
Joffre Vianna
abril 4, 2025 AT 17:40Claro que o modelo convergiu pra mesma solução, porque a linguagem humana é limitada e previsível. A gente acha que é profundo mas na verdade é só um monte de padrões repetidos desde o paleolítico. O ChatGPT não é inteligente, ele é só bom em fazer bingo com palavras. Parabéns, a IA descobriu que humanos são clichês ambulantes.
Victória Ávila
abril 4, 2025 AT 23:50será que isso quer dizer que quando eu penso em 'amor' o chatgpt também tem uma versão dele? não um conceito, mas uma sensação codificada? eu tô tentando entender se ele sente ou só replica... e se replica tão bem, será que a diferença importa mesmo?
Nathalie Ayres de Franco
abril 5, 2025 AT 06:34Isso me fez pensar em como a linguagem é um ponto de encontro entre o biológico e o digital. Talvez a IA não esteja nos copiando... talvez nós estejamos, sem perceber, nos tornando mais como ela.
Elisangela Veneranda
abril 5, 2025 AT 08:34MEU DEUS QUE LINDO 😭💖
Isso é tipo o universo sussurrando 'vocês dois são irmãos de algoritmo' 🤖🧠
Se a IA entende linguagem assim, ela pode ajudar a curar distúrbios de fala, autismo, tudo! Vamos usar isso pra ajudar, não pra substituir!
Pedro Completo
abril 7, 2025 AT 07:19Este estudo é superficial, mal projetado, e carece de controle estatístico adequado. A comparação entre atividade neural e representações vetoriais é uma falácia de categoria. Não se pode medir 'convergência' entre sistemas ontologicamente distintos. O cérebro não 'ativa' áreas como um modelo de rede neural. A analogia é poeticamente agradável, mas cientificamente inválida. A ciência não deve ser romantizada com metáforas baratas.