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Mineiro Sub-20: Cruzeiro vence Atlético por 2 a 1 no clássico e Baptistella comanda com duas assistências

Mineiro Sub-20: Cruzeiro vence Atlético por 2 a 1 no clássico e Baptistella comanda com duas assistências
31 agosto 2025 0 Comentários Gustavo Campos

Gol relâmpago, duas assistências da joia do meio-campo e um clássico quente do início ao fim. O Cruzeiro bateu o Atlético por 2 a 1, neste sábado (30), na Toca da Raposa I, pela segunda rodada da fase final do Mineiro Sub-20. Felipe Morais abriu a contagem logo na primeira chegada, Murilo Rhikman ampliou ainda no primeiro tempo, e o Galo reagiu na etapa final com Murillo após jogada de Cissé. Teve pressão até o último lance, mas a defesa celeste segurou o resultado.

O jogo na Toca da Raposa I

O clássico começou no volume máximo. Na primeira construção com paciência pelo corredor direito, o Cruzeiro encontrou espaço entre as linhas e Felipe Morais apareceu por dentro para finalizar de primeira. O gol, daqueles que mudam a temperatura de um clássico, deu confiança ao time da casa e desconcertou a marcação atleticana por alguns minutos.

Com vantagem, o Cruzeiro não recuou. A equipe adiantou a pressão no campo rival, encurtou as distâncias e rodou a bola com calma. Foi nesse cenário que brilhou o cérebro do time: Cauan Baptistella. De cabeça erguida, ele achou o passe vertical que quebrou a última linha. Murilo Rhikman, 19 anos, leu o lance, atacou o espaço e finalizou firme para fazer o segundo antes do intervalo.

O detalhe técnico dos dois lances passa pelas tomadas de decisão de Baptistella. Na primeira assistência, ele acelera o passe no tempo exato, evitando o bote do volante e deixando Morais de frente para o gol. Na segunda, prende meia fração de segundo, espera Rhikman desmarcar e serve no pé. Não é só o passe; é o entendimento do ritmo da jogada.

Rhikman vive fase de afirmação. Recém-renovado até janeiro de 2029, ele já vinha de boa campanha na Copa São Paulo e, neste clássico, mostrou repertório: presença na área, chegada por trás dos volantes e leitura de jogo para temporizar quando necessário. A finalização do 2 a 0 resume isso: calma, posicionamento e execução limpa.

Do outro lado, o Atlético não se perdeu. Voltou do intervalo mantendo a intensidade, adiantou os pontas e passou a povoar a área com cruzamentos. A insistência foi premiada aos 22 minutos da etapa final: depois de bola viva na área, Cissé, meio-campista de Guiné, dominou com tranquilidade e encontrou Murillo livre. Chute rasteiro, sem chance para o goleiro, e jogo reaberto.

Com o 2 a 1, o clássico virou teste de maturidade. O Galo tentou travar a saída celeste e encurralar o rival com aberturas pelos lados, mas a zaga cruzeirense se portou bem no jogo aéreo e nos duelos curtos. Houve espaço para contra-ataques, e o Cruzeiro quase matou em transições puxadas por Baptistella e Morais, mas faltou capricho no último passe.

O resultado pesa mais que os três pontos pela moldura do clássico e pelo momento da fase decisiva. Em etapas curtas, a margem de erro é pequena, e vitórias desse tamanho costumam encorpar a confiança do grupo. Além disso, a atuação coletiva sinaliza um time que sabe alternar ritmos, algo raro na base.

Base forte, portas abertas no profissional

Base forte, portas abertas no profissional

No pós-jogo, Murilo Rhikman deixou claro o clima no clube: o técnico Leonardo Jardim tem atenção diária aos jovens, acompanha treinos, conversa, corrige e cobra. O meio-campista contou que a subida ao profissional neste ano aconteceu de forma natural, empurrada por boas atuações e pelo ambiente de confiança criado pela comissão. Em linguagem simples: os garotos sabem que serão vistos.

Essa ponte encurta caminhos. Quando o profissional está por perto, o Sub-20 joga diferente: decisões mais rápidas, menos erro não forçado e maior disciplina tática. O impacto aparece em detalhes, como a compactação sem bola e a coordenação da pressão pós-perda que o Cruzeiro mostrou no primeiro tempo. É formação, mas também é cultura do clube.

Há um componente estratégico por trás da renovação longa de Rhikman até 2029. Amarra patrimônio, protege contra investidas externas e dá tempo para evolução sem ansiedade. Na base, talento pede minutos e contexto. O caso do meia é exemplar: destaque na Copinha, consolidação no estadual e minutos observados no profissional. Degrau a degrau.

Entre os protagonistas da tarde, três perfis ajudam a explicar a vitória:

  • Murilo Rhikman: meio-campista com leitura de espaço, bom tempo de infiltração e frieza na área. Participa da pressão, se oferece entre linhas e finaliza com qualidade.
  • Cauan Baptistella: meia criativo, passe limpo entre linhas e visão para acelerar ou travar o ritmo. Fez duas assistências e conduziu a equipe nos momentos de aperto.
  • Felipe Morais: atacante de movimentação inteligente, alterna o ataque à profundidade com o recuo para tabelas. Abriu o placar em lance que pede concentração máxima.

O Atlético também deixou sinais positivos. Cissé, vindo do futebol africano, mostra entendimento tático e calma para o último passe, algo valioso em jogos nervosos. Murillo apareceu com oportunismo dentro da área, aproveitando a única brecha limpa que a defesa cruzeirense ofereceu na etapa final. O desenho é de um time que compete, que não desmonta após sofrer e que tende a crescer com mais jogos decisivos.

Clássico de base não tem a pirotecnia da equipe principal, mas tem valor de formação que não cabe na súmula. O garoto aprende a lidar com pressão, a administrar vantagem e a sofrer sem perder a cabeça. Quem aguentou o segundo tempo deste duelo sai um passo à frente para a transição.

Calendário apertado, viagem curta e estudo do adversário fazem parte da rotina nesta fase. O Cruzeiro volta a campo já de olho em consolidar a liderança da chave e construir margem para a reta final. A comissão técnica trabalha para ajustar o time a partidas que pedem controle e aceleração nos momentos certos, sem abrir mão da identidade que o jogo de hoje exibiu.

Para além do placar, a partida serviu como vitrine da filosofia do clube: captar bem, desenvolver melhor e integrar o quanto antes. Quando o meia que brilhou na Copinha, o atacante que decide cedo e o garçom das assistências se encontram num clássico e entregam desempenho, fica claro que a engrenagem está girando no ritmo certo.

Na prática, isso significa ter elenco para disputar títulos na categoria e, mais importante, formar jogadores prontos para o salto. A vitória na Toca da Raposa I reforça essa rota. O clássico ficou em boas mãos, e a mensagem foi simples: com organização, personalidade e um meio-campo que pensa o jogo, a base celeste segue forte.