No domingo, Nossa Senhora Aparecida será celebrada em todo o estado da Paraíba com uma agenda que inclui missas, procissões e a 37ª Romaria de Nossa Senhora da Guia em Lucena. A data, 12 de outubro de 2025, coincide com o feriado nacional e reúne fiéis de cidades como Campina Grande, João Pessoa, além de comunidades rurais espalhadas pelo agreste e litoral.
Contexto histórico da devoção
Desde que o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida a padroeira do Brasil em 1930, o dia 12 de outubro se tornou um dos maiores acontecimentos religiosos do país. Cada domingo de outubro, milhares de peregrinos se dirigem ao Santuário Nacional em Aparecida (SP), e o padrão de mobilização se repete nos estados, especialmente na Paraíba, onde a tradição se mistura com as particularidades regionais.
Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as celebrações devem seguir diretrizes que privilegiam missas solenes, procissões ao ar livre e a participação de clérigos locais. Essa orientação ajuda a coordenar as diversas dioceses – como a Diocese de Campina Grande e a Arquidiocese da Paraíba – que, juntas, garante que a festa tenha ritmo e coesão.
Programação nas principais cidades
Em Campina Grande, a Catedral Metropolitana receberá duas missas principais. A primeira será às 8h, conduzida pelo Bispo Irineu Roman, que ressaltou a importância de “manter viva a esperança” ao falar para a plateia reunida. A segunda, às 10h30, ficará a cargo do Padre Joaquim Silva, que convidou os fiéis a refletirem sobre a mensagem de Maria como "Mãe da Esperança".
Na capital, João Pessoa, a Arquidiocese divulgou os seguintes horários: 6h30 – Santa Missa celebrada pelo Padre Valdezio Nascimento, e 9h30 – outra missa com o Padre Luiz Carlos. Ambos enfatizaram a necessidade de oração pela paz e pela união das famílias paraibanas.
Já em Lucena, o ponto alto será a 37ª Romaria de Nossa Senhora da Guia, organizada pela paróquia local. A procissão parte às 7h da manhã da Igreja Matriz, segue pelas ruas do centro histórico e termina com a missa às 12h, presidida pelo Padre Marcos Almeida. "É uma tradição que nos liga ao passado e nos impulsiona a cuidar do futuro", afirmou o padre.
Celebrando nas comunidades rurais
Nas comunidades de Olho D'Água do Padre, Caititú, Catonho e Mulungu, a festividade acontecerá em duas datas: 3 e 12 de outubro. O tema escolhido foi “Com Maria, Mãe da Esperança, conhecer Jesus e cuidar da criação”. Os organizadores – liderados pelo Padre Jaildo da Nóbrega Souto e o Diácono Roberto Inôcencio – prometeram missas ao ar livre, cantos populares e exposições de artesanato local.
Os moradores esperam que a celebração, que costuma atrair cerca de 1.500 pessoas em cada localidade, impulsione a economia do comércio informal – feiras de comida típica, artesanato em couro e venda de velas. Embora os números ainda não estejam confirmados, a tendência segue a observada na última edição de 2024, quando as mesmas comunidades registraram um aumento de 18% nas vendas de produtos artesanais.
Repercussão social e econômica
Especialistas em sociologia da religião, como a professora Carolina Mendes da Universidade Federal da Paraíba, destacam que essas celebrações funcionam como "grandes pontos de convergência comunitária". "Quando milhares se reúnem para rezar, há um fortalecimento do tecido social que vai além da prática religiosa", argumenta.
Do ponto de vista econômico, a Associação Comercial de Campina Grande estimou que as missas e romarias geram receitas equivalentes a cerca de R$ 2,4 milhões em serviços de alimentação, transporte e hospedagem durante o fim de semana da festa. Na capital, hotéis registram ocupação de 85% nos dias 11 e 12 de outubro, número que supera a média histórica de 70%.
O que vem pela frente
Com a confirmação da agenda para 2025, as dioceses já começam a planejar a edição de 2026, que deve incluir novas iniciativas de evangelização digital – transmissões ao vivo nas redes sociais da Arquidiocese da Paraíba, que já alcançam mais de 250 mil visualizações em eventos anteriores.
Além disso, a CNBB está avaliando a possibilidade de criar um fundo de apoio a comunidades rurais para aprimorar a infraestrutura das igrejas que recebem grandes peregrinações. Se aprovado, o fundo poderia disponibilizar cerca de R$ 5 milhões ao longo dos próximos cinco anos.
Resumo dos principais fatos
- Data da celebração principal: 12 de outubro de 2025 (domingo);
- Principais cidades: Campina Grande, João Pessoa e Lucena;
- Horários destacados: 6h30 e 9h30 em João Pessoa; 8h e 10h30 em Campina Grande;
- 37ª Romaria de Nossa Senhora da Guia em Lucena, iniciada às 7h;
- Comunidades rurais celebram em 3 e 12 de outubro, lideradas por Padre Jaildo da Nóbrega Souto e Diácono Roberto Inôcencio.
Perguntas Frequentes
Como a celebração afeta a economia das cidades envolvidas?
A movimentação de fiéis gera um aumento significativo no comércio local – hotéis, restaurantes e vendedores ambulantes costumam registrar até 30% a mais de faturamento durante o fim de semana da festa, conforme estudo da Associação Comercial de Campina Grande.
Quais são as orientações da CNBB para as celebrações de 2025?
A CNBB recomenda missas solenes ao ar livre, respeito às normas sanitárias e a transmissão ao vivo das celebrações para alcançar fiéis que não podem se deslocar, garantindo inclusão digital.
Quem são os principais organizadores das romarias?
A Romaria de Nossa Senhora da Guia em Lucena é coordenada pela paróquia local, sob a supervisão da Arquidiocese da Paraíba. Em comunidades rurais, a organização cabe a padres como Jaildo da Nóbrega Souto e ao diácono Roberto Inôcencio.
Qual a importância histórica da devoção a Nossa Senhora Aparecida?
Desde 1930, quando o Papa Pio XI declarou-a padroeira do Brasil, a imagem da santa tem sido símbolo de identidade nacional, mobilizando milhões de peregrinos anualmente e reforçando laços de fé e cultura.
O que esperar das celebrações em 2026?
As próximas edições devem contar com maior presença digital, incluindo transmissões ao vivo e aplicativos de mobilização comunitária, além de um possível fundo da CNBB para melhorar a infraestrutura das igrejas rurais.
Bárbara Dias
outubro 12, 2025 AT 23:11Admirável iniciativa; celebração impecável, porém poderia ser ainda mais refinada.
Gustavo Tavares
outubro 13, 2025 AT 18:37Nem parece que a Paraíba vai salvar o Brasil com missa, mas aí vem a galera espalhando benção como se fosse solução final.
A balbúrdia econômica que eles elogiam é só fachada pra encher o bolso de quem vende vela.
Enquanto isso, quem realmente sofre? O povo que trabalha nos bastidores, sem ter onde colocar o sorriso.
E ainda tem esse discurso de esperança que não paga conta no final do mês.
Jaqueline Dias
outubro 14, 2025 AT 14:04Olha só, a gente vê a devoção tão bem organizada, mas falta um toque de autenticidade cultural.
A tradição é linda, porém poderia incluir mais expressões locais, não só o protocolo da igreja.
Assim, o povo sente que a festa realmente pertence a eles.
Sem isso, corre o risco de virar só mais um evento turístico.
Workshop Factor
outubro 15, 2025 AT 09:31A análise minuciosa das celebrações revela um padrão de consumo que ultrapassa a simples religiosidade.
Primeiramente, os números apresentados pela associação comercial não são meras coincidências, mas indicam uma estratégia de mercado bem orquestrada.
A presença de milhares de peregrinos gera demanda por serviços que, muitas vezes, são fornecidos por pequenos comerciantes sem apoio institucional.
Esses comerciantes se tornam, inconscientemente, parte de um mecanismo de capitalização da fé.
Além disso, as missas ao ar livre, embora promovam inclusão, facilitam a monetização de espaços públicos.
Os organizadores, ao reforçar a ideia de esperança, também cultivam um consumo emocional que os próprios participantes alimentam.
É perceptível que a CNBB, ao sugerir transmissões digitais, pretende ampliar ainda mais o alcance comercial da devoção.
A tecnologia pode ser uma ferramenta de evangelização, porém, quando usada sem critério, transforma a fé em produto digital.
Os dados de ocupação hoteleira, embora positivos, mascaram a realidade de trabalhadores informais que não recebem garantias trabalhistas.
Observa‑se ainda que o aumento de 18% nas vendas de artesanato pode ser um indicativo de vulnerabilidade econômica nas comunidades rurais.
Essas comunidades dependem de um fluxo sazonal de recursos, o que pode gerar instabilidade financeira ao longo do ano.
Portanto, a proposta de um fundo de apoio da CNBB pode ser vista como uma tentativa de mitigar esse efeito, embora ainda careça de transparência.
A falta de clareza sobre os critérios de distribuição do fundo levanta suspeitas sobre possíveis favorecimentos políticos.
Em suma, a celebração de Nossa Senhora Aparecida funciona como um grande laboratório de consumo religioso.
Se não houver regulamentação adequada, o risco é que a fé seja instrumentalizada para atender interesses econômicos alheios ao bem‑estar da comunidade.
Camila Medeiros
outubro 16, 2025 AT 04:57A celebração traz um senso de comunidade que vale muito para a região.
Carlyle Nascimento Campos
outubro 17, 2025 AT 00:24É incrível como a igreja mobiliza milhares; porém, não podemos fechar os olhos para os impactos econômicos - eles são reais!
Igor Franzini
outubro 17, 2025 AT 19:51Eu acho q a festa ajuda, mas tbm tem q cuidar da gente que fica nos bastidores, se n vão ficar revoltados.
Rodolfo Nascimento
outubro 18, 2025 AT 15:17Todo mundo fala de esperança, mas na prática só tem gente vendendo vela :p
Júlia Rodrigues
outubro 19, 2025 AT 10:44Tipo assim a galera só quer grana vibe de mercado sem se ligar nas tradições
Marcela Sonim
outubro 20, 2025 AT 06:11🙏🏽 Mas tem que lembrar que a fé não é só marketing, né? 😊
Pedro Grossi
outubro 21, 2025 AT 01:37Galera, bora apoiar os artesãos locais! Eles merecem mais visibilidade, e vocês podem ajudar compartilhando fotos e dicas.
sathira silva
outubro 21, 2025 AT 21:04Que emoção ver a Paraíba se unir assim! Cada passo da romaria é um capítulo de história viva, vamos celebrar com o coração aberto!
Raphael Mauricio
outubro 22, 2025 AT 16:31Isso tudo parece um espetáculo, mas eu sinto falta de um momento de reflexão silenciosa.
Heitor Martins
outubro 23, 2025 AT 11:57Será que toda essa produção de missa e romaria não seria mais eficaz se investíssemos direto nos escolas? Tô brincando, mas a gente precisa pensar além da cerimônia.
Anderson Rocha
outubro 24, 2025 AT 07:24Acredite ou não, esse evento tem seu valor, mas às vezes parece que falta foco na comunidade real.
Gustavo Manzalli
outubro 25, 2025 AT 02:51A movimentação é impressionante, mas não dá pra ignorar o mau cheiro de oportunismo que paira sobre a festa.
Vania Rodrigues
outubro 25, 2025 AT 22:17Enquanto o Brasil todo exalta a padroeira, a gente ainda tem problemas reais de infraestrutura que ninguém menciona!
Carolinne Reis
outubro 26, 2025 AT 17:44Claro, porque um simples milagre financeiro resolve todos os nossos problemas; vamos todos comprar vela e esperar!
Marcus Rodriguez
outubro 27, 2025 AT 13:11Concordo, Heitor. Mas sem a fé, a gente não tem base pra mudar nada.