Se você já sentiu uma dor aguda no rosto, quase como um choque elétrico, pode estar lidando com a neuralgia do trigêmeo. Essa condição afeta o nervo trigêmeo, que é responsável por levar sensações da face para o cérebro. A dor costuma aparecer de forma repentina, durar poucos segundos ou minutos e depois desaparecer, só para voltar de novo.
Não é todo mundo que tem essa doença, mas quem tem sente um incômodo enorme e pode ter dificuldades para comer, conversar ou até mesmo escovar os dentes. O problema é que, muitas vezes, a gente não sabe o que está acontecendo até procurar um especialista. Por isso, entender as causas, os sinais e como tratar é essencial para melhorar a qualidade de vida.
A maioria dos casos de neuralgia do trigêmeo tem origem em compressão do nervo por um vaso sanguíneo, geralmente uma artéria ou veia que se aproxima demais do nervo. Esse contato pode irritar a bainha que protege o nervo e desencadear a dor. Em alguns casos, a causa pode ser um tumor, esclerose múltipla ou uma lesão facial, mas isso é raro.
Fatores de risco incluem idade avançada (a maioria dos pacientes tem mais de 50 anos), pressão alta e histórico familiar de problemas neurológicos. O uso prolongado de certos medicamentos ou procedimentos dentários também pode desencadear sintomas em pessoas predispostas.
O primeiro passo é consultar um neurologista ou dentista especializado. Eles vão fazer exames de imagem, como ressonância magnética, para descartar outras causas. O tratamento costuma começar com medicamentos anticonvulsivantes, como carbamazepina ou gabapentina, que ajudam a estabilizar a atividade elétrica do nervo.
Se os remédios não aliviam, há opções de cirurgia. Uma das técnicas mais usadas é a descompressão microvascular, que remove o vaso que está pressionando o nervo. Outras alternativas incluem radiocirurgia estereotáxica e injeções de bloqueio nervoso. Cada caso é diferente, então o médico vai avaliar o melhor caminho.
Além do tratamento médico, mudanças simples no dia a dia podem reduzir a frequência das crises. Evitar movimentos bruscos da mandíbula, usar protetor bucal se houver bruxismo e manter a pressão arterial sob controle ajudam bastante. Técnicas de relaxamento, como respiração profunda e meditação, também podem diminuir a percepção da dor.
Se você suspeita que tem neuralgia do trigêmeo, não espere que a dor desapareça sozinha. Procure um especialista, faça os exames necessários e siga o plano de tratamento recomendado. Com o diagnóstico correto e o acompanhamento adequado, é possível controlar a dor e retomar as atividades normais.
Aos 27 anos, Carolina Arruda sofre há mais de 11 anos com a neuralgia do trigêmeo, considerada a 'pior dor do mundo'. A dor intensa e incapacitante atinge um lado do rosto e é desencadeada por atividades cotidianas. O novo plano de tratamento, liderado pelo Dr. Carlos Marcelo de Barros, envolve a implantação de neuroestimuladores no nervo trigêmeo para bloquear os sinais de dor para o cérebro.
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