Draper impõe domínio e encerra campanha histórica de Fonseca em Paris

A tarde era quente na Quadra Suzanne-Lenglen, em Roland Garros, quando o jovem brasileiro João Fonseca entrou em quadra cheio de moral após sua primeira trajetória até a terceira rodada de um Grand Slam. Era a consagração do talento, mas quem roubou a cena foi Jack Draper. O britânico de 23 anos, cabeça de chave número cinco e já visto no circuito como um dos favoritos à conquista, não deixou espaço para surpresas. Saiu de quadra com vitória arrasadora: 6-2, 6-4, 6-2.

Logo nos primeiros games ficou claro que Draper queria encerrar qualquer esperança de reação. O saque, sempre uma arma do britânico, funcionou quase como um martelo: ele venceu 93% dos pontos com o primeiro serviço. Fonseca até tentou lutar do fundo de quadra, mas não conseguiu colocar o rival sob pressão. O brasileiro marcou 38 erros não forçados, quase o dobro do britânico, resultado da intensidade do jogo de Draper que variava bolas pesadas na direita e muita solidez tática.

Fonseca sente o peso do favoritismo e mostra maturidade

Fonseca sente o peso do favoritismo e mostra maturidade

Fonseca, campeão do Next Gen ATP Finals em 2024 e esperança do tênis brasileiro, chegou embalado ao confronto, mas esbarrou em um adversário que não cedeu em nenhum momento. Houve lampejos, especialmente no segundo set, quando Fonseca chegou a criar algumas oportunidades de quebra, mas Draper se manteve frio. Não perdeu o controle e mostrou por que seu nome sobe rápido no ranking: são 25 vitórias e apenas seis derrotas na temporada.

O britânico não só saiu de quadra classificado para as oitavas de final pela primeira vez em Roland Garros – onde espera adversário ainda a ser definido – como também arrancou elogios de colegas como Alexander Bublik, que não poupou palavras: "A escalada do Draper é insana, coisa de maluco". O circuito já percebe: se antes era promessa, Draper agora é realidade.

Mesmo com a derrota, Fonseca deixa Paris com motivos para sorrir. Aos 18 anos, fez história ao superar a primeira e a segunda rodada, mostrando personalidade e jogando de igual para igual contra nomes experientes. A despedida precoce só evidencia o potencial do jovem que, em breve, promete brilhar mais intensamente nas quadras de Saibro e mundo afora. Roland Garros pode ter dito adeus ao brasileiro por agora, mas o nome João Fonseca já ecoa como futuro do nosso tênis.