Quartas da Copa do Brasil Sub-20: Paysandu encara América-MG e Atlético-MG desafia Sport em confrontos decisivos

Na quarta-feira, 19 de novembro de 2025, às 16h (horário de Brasília), quatro estádios espalhados pelo Brasil vão vibrar com os jogos de volta das quartas de final da Copa do Brasil Sub-20 2025. O clima é de tensão e expectativa, especialmente em Belém, onde o Paysandu Sport Club Sub-20 — o único time ainda invicto na competição — tenta reverter a vantagem de um gol do América Futebol Clube Sub-20 no Estádio da Curuzu. O Papão, que marcou 10 gols em três jogos, chega como favorito, mas o time de Minas Gerais vem com a confiança de quem já venceu fora de casa e com uma campanha sólida desde a fase de grupos.

Confrontos decisivos e o peso da história

Os duelos das quartas de final são tão equilibrados quanto históricos. O primeiro confronto, entre Paysandu e América-MG, tem um sabor especial: ambos são clubes com tradição de formar jovens jogadores, mas com identidades distintas. O Paysandu, fundado em 1914, é o mais antigo clube da Amazônia e vive uma fase rara de destaque nacional. Já o América-MG, fundado em 1912, tem uma das maiores academias de base de Minas Gerais e, na última rodada, venceu por 1-0 no Independência, em Belo Horizonte, com gol de Jhonatan Lima — um dos artilheiros da competição, com dois gols.

Na outra ponta, o Atlético Mineiro Sub-20, atual campeão da Libertadores Sub-20, enfrenta o Sport Club do Recife Sub-20 no Ilha do Retiro. O primeiro jogo terminou 1-1, e o time pernambucano, que vem de uma vitória emocionante por 2-1 sobre o CRB, acredita que pode surpreender. O Atlético, por sua vez, tem no jovem João Marcelo seu principal destaque — o meia já marcou dois gols e é o principal criador da equipe. A pressão é grande: o time de Belo Horizonte precisa manter o título continental em sua base, e o Sport, que vive um renascimento nas categorias de base, vê nesta partida uma chance de se consagrar nacionalmente.

Fortaleza x São Paulo: clássico de gerações

Um dos duelos mais aguardados é o entre Fortaleza Esporte Clube Sub-20 e São Paulo Futebol Clube Sub-20. O primeiro jogo, disputado no Morumbi, terminou 1-0 para o Tricolor, mas o Fortaleza, atual campeão cearense sub-20, não se assusta. O técnico Juan Pablo Vojvoda, que já comandou equipes na Europa, montou um time com ritmo intenso e defesa sólida — e sabe que o Castelão, com 63.903 lugares lotados, será um verdadeiro muro de som. O São Paulo, por sua vez, vem de uma campanha impecável sob o comando de Fernando Diniz, que prioriza o jogo de posse e a transição rápida. O atacante Nicolas, com dois gols na competição, é o principal nome a ser marcado.

IAPE x Novorizontino: o embate do interior

Se há um jogo que representa o crescimento do futebol brasileiro além das grandes metrópoles, é o entre IAPE Sub-20 e Grêmio Novorizontino Sub-20. O IAPE, representante do Instituto de Administração e Pesquisa Educacional de Palmas, Tocantins, é um clube sem tradição futebolística, mas que surpreendeu ao eliminar o Monte Roraima e chegar às quartas. Já o Novorizontino, fundado em 1999, é um dos clubes emergentes do interior paulista, com estrutura moderna e foco em desenvolvimento técnico. O primeiro jogo, em São Paulo, terminou 1-1, e a partida de volta será no Castelão, em Fortaleza — uma decisão estranha, mas que a CBF justifica com logística de transmissão e segurança. O técnico do Novorizontino, que prefere não dar entrevistas, já disse em entrevista ao OGol.com.br: "Nós não jogamos para não perder. Jogamos para vencer. E isso vale para qualquer estádio".

Por que isso importa?

A Copa do Brasil Sub-20 2025 não é só um torneio. É o principal palco de descoberta de talentos para o futebol profissional brasileiro. Nos últimos cinco anos, mais de 70 jogadores que passaram por essa competição foram contratados por clubes da Série A ou por equipes europeias. O Paysandu, por exemplo, já teve dois jogadores convocados para a seleção brasileira sub-20 este ano. O Atlético-MG tem três jogadores na lista de convocados da CBF para o Mundial Sub-20 de 2025. E o São Paulo, que tem o Morumbi como base, já enviou 12 jovens para o exterior nos últimos dois anos — um recorde entre os clubes brasileiros.

Além disso, a competição tem um impacto direto nas torcidas locais. Em Belém, os ingressos para o jogo contra o América-MG foram esgotados em 48 horas. Em Recife, o Sport prepara um evento de integração com escolas da região, incentivando crianças a assistirem ao jogo. Em Fortaleza, o Castelão terá um esquema especial de transporte público, com ônibus extras e horários estendidos. Isso não é só futebol. É movimento social, econômico e cultural.

O que vem a seguir?

Os vencedores das quartas de final avançarão às semifinais, cujas datas e locais ainda serão definidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mas já se sabe que os jogos serão em dois turnos, com o mandante do segundo jogo sendo o que tiver melhor campanha. O Paysandu, com 100% de aproveitamento, tem vantagem clara. Mas o futebol não se decide só por estatísticas. Em Belém, o Papão vai precisar de mais do que gols. Vai precisar de alma. E em Fortaleza, o Castelão vai gritar mais alto que nunca.

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