Aborto espontâneo: entenda causas, sintomas e cuidados
Se você ou alguém que conhece acabou de passar por um aborto espontâneo, é natural ficar confuso e com medo. Primeiro, vale deixar claro que isso acontece com muitas gestantes e, na maioria das vezes, não tem nada a ver com falta de cuidado ou culpa.
O termo técnico para o que acontece antes da 20ª semana de gestação é "perda gestacional precoce". Essa definição ajuda a evitar o estigma e a culpa que ainda cercam o assunto. Agora, vamos direto ao que interessa: o que causa, como identificar e o que fazer.
Principais causas
Não existe um único motivo que explique todos os casos. Entre as principais causas estão:
- Problemas cromossômicos: anomalias nos cromossomos do feto são responsáveis por cerca de 50% das perdas.
- Desordens hormonais: níveis insuficientes de progesterona ou problemas na tireoide podem interferir na manutenção da gravidez.
- Doenças maternas: diabetes não controlada, hipertensão, infecções como rubéola ou toxoplasmose aumentam o risco.
- Fatores anatômicos: útero com septo, miomas ou cicatrizes podem impedir que o embrião se fixe adequadamente.
- Estilo de vida: consumo excessivo de álcool, cigarro ou drogas, além de estresse crônico, podem contribuir.
É importante lembrar que, em muitos casos, a causa exata não é identificada. Isso não significa que a mulher fez algo errado.
Como reconhecer os sinais
Os sintomas variam, mas os mais comuns são sangramento vaginal (que pode ser leve ou intenso), cólicas semelhantes às de menstruação e diminuição dos sintomas da gravidez, como náuseas. Se houver um fluxo de sangue com coágulos ou dor forte, procure atendimento imediatamente.
Algumas mulheres notam que o sangramento acontece sem dor ou que o útero ainda sente batimentos ao toque. Não ignore nenhum sinal; a maioria dos abortos espontâneos ocorre sem dor forte, mas o sangramento costuma ser o alerta principal.
Se houver suspeita, o médico pode solicitar ultrassom e exames de sangue (hCG) para confirmar a situação. Esses exames são rápidos e ajudam a definir o próximo passo.
Agora, se a confirmação vier, o que fazer?
Primeiro, procure apoio emocional. Conversar com o parceiro, familiares ou um psicólogo pode aliviar a carga psicológica. Não guarde o sofrimento para si.
Do ponto de vista físico, o corpo geralmente expulsa o conteúdo naturalmente, mas alguns médicos recomendam curetagem ou medicação para evitar complicações, como infecção.
Após o procedimento, siga as orientações de repouso, hidratação e alimentação balanceada. Evite atividades físicas intensas por alguns dias e faça o acompanhamento de exames de sangue para garantir que os níveis hormonais estão voltando ao normal.
Se você estava tentando engravidar, dê um tempo ao corpo. A maioria dos especialistas recomenda esperar de 1 a 3 meses antes de tentar outra gestação, mas isso varia conforme a saúde da mulher.
Não deixe de fazer o pré-natal adequado na próxima tentativa. Exames regulares ajudam a detectar problemas antes que causem outra perda.
Por fim, lembre-se de que o aborto espontâneo não define sua capacidade de ser mãe. Muitas mulheres enfrentam mais de um episódio antes de ter uma gestação bem‑sucedida. O apoio certo e o acompanhamento médico adequado aumentam muito as chances de uma nova gravidez saudável.